sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Tempo, tempo...


É admirável descobrir
que o tempo inapreensível
incontornável
não para nunca
o seu deambular.

A par de ser eterno
é só o momento fugaz
somado aos que já foram tidos;
lembranças, sentimentos de paz
risos, lugares de sonho
as pessoas e seus infernos
os filhos, doces e ácidos paraísos.

As atividades criativas
vão somadas às enfadonhas
mas que nos garantem a vida
os amores, as (des)ilusões
e as jóias das rainha
nada mais serão
do que quadras já vencidas.

Os valores eternos do ser
as crenças que se perdem
enquanto dormimos
as vestimos de novo
roupa rota, ao amanhecer.

Se tentamos iludir
a morte, o corpo
retrato do tempo
não deixa nos pêlos que se vão
ou nos que ficam tão gris;
nas rugas que nos chegam
contra a cosmética ciência
nos achaques crônicos.

No corpo, o tempo
se revela
e se traveste
em decadência.

Nenhum comentário:

Evoé!

Saiba que a sua visita e o seu comentario dão sentido a este espaço, que alem de divulgar poemas, quer conversar sobre a vida. Esteja em sua casa.

Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

Seguidores