quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

SER MÃE

Evoca as partes expandidas
lançadas ao mundo, ao engano.
No risco de ser, atua, revolta-se.
Ilha perdida, no filho se ausenta.

A marca de estar, assim, tão só.
Muda, inócua, flutua o olhar
pão, denso ar, nada.
A fala só repete a fala.

Há uma sede de calmaria.
Um fel há, que suplanta a ira.
A cria lhe vem como simbolo
da eternidade, amor e morte.

Retorna um vento ocluso.
E a mãe lambe a ácida cria.
O gen intempestivo e cruel
busca o existir
na vida que já se retira.

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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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