O SEGUNDO LIVRO
para Ricardo Sant’Anna Reis
Em setembro tomei conhecimento do livro. Sei que se trata de um volume de versos. Sei que 119 poemas preenchem suas páginas e no meio desses poemas existe um para mim. Tencionei comprá-lo. O amigo-escritor me prometeu várias vezes o mesmo exemplar que nunca chegou. A timidez impedira a postagem? Teria afundado em auto-mar ou pilhado por piratas? Quais mãos e olhos agora compulsam, lêem e se maravilham? Seriam mais dignos? Nunca saberei. Por algumas noites sonhei com o livro e seu autor. Sonhei suas páginas cheias de beleza e erudição. Sonhei o mundo que outro sonhara, sonhei suas palavras, seus pontos de vista. Sonhei sua melodia, sua eufonia, página a página. Depois sonhei com o autor e seu livro. Sonhei sua guerra com as palavras e sua trégua. Sonhei suas descobertas e suas desilusões, suas tentativas e derrotas. Sonhei suas noites em claro. Sonhei sua persistência. Sonhei, por fim, o livro acabado. Depois descobri que o volume não se acabava, que já era outro: renovável, randômico. Que nele encerravam 119 poemas incertos. Que nele habitavam 119 poemas inacabáveis. Já não desejo a primeira obra (para mim, menos real). Esta, sem a negar, à outra superou.
Obrigado, amigo, pelo presente.
Texto de Fabiano Silva, poeta de Belem do Pará/PA
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