domingo, 12 de dezembro de 2010

FLORES MIUDAS

Se Absinto um mar de
Amarguras a me tomar
E vejo a Amarílis em
Artifício, navegar

Queda-me o coração
Aos auspícios d’Alecrim
Como se a Fuscia do amor
Ardente fulgisse em mim

Ah, se a primavera
De Anis se adornar
Ante um céu sem
Nuvem a branquear

E se jamais promessa
Houvesse assim
Que estivesse pronta
Ao inconstante amor, enfim

Na vida, no tempo ou no amor
Tragam-se flores para a maior dor
Ou para a elegia
Pois a Dália, a Glicínia ou a Cravina
Só de ser, são poesia

E ainda que Zínia e Sálvia
O Tomilho, ou do que se dispor
Seja Manjericão ou Cicuta brava na pia
Se não as flores, restam os temperos
Para fazer valer o dia.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DESVELAMENTOS

No princípio, a origem era a água
que tanto a Terra em ebriedade
quanto o movimento dos barcos
desde o início, nos elementos fiavam.

Havia o físico andarilho
e o caminho das tamareiras.
Pelas sombras ia
desde a Fenícia ao Egito.
Na vertente lídima do velho Nilo, o rio
parava para perceber flutuar sedimentos
que a tudo envolviam, igual em porte
ao corpo sulfuroso do Pai Deus
todo poderoso.

A Filosofia nasceu com Tales, em Mileto
e ao Cosmo (e vida) que como um todo
se lhe explica; de inicio a origem era a água
e depois as dores dos homens
e depois o medo da morte
algo mais no pensamento
para os desvelamentos seus.

Evoé!

Saiba que a sua visita e o seu comentario dão sentido a este espaço, que alem de divulgar poemas, quer conversar sobre a vida. Esteja em sua casa.

Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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