quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Soneto do Lago Espectral



Para Edgard Alan Poe






Extenuado, buscava eu o descanso, a paz e a meditação
Para obrar poemas, bucólico remanso, ermo da cidade.
Me detive em terras (depois o soube) de ancestral assombração
Frente a qual pouca monta faria à urbana veleidade.



Já que ali me encontrava, melhor seria a prontidão
Deste meu torto espírito, nada afeito à deidade.
Ter em minha mente toda a luz, era mero regalo vão.
O ceticismo é sem valia, mais do que a crente simplicidade.



Chegando à casa do Lago, miríades de insetos flamejantes
Reluziam em névoa imersos, como em pântanos da Escócia.
Vi entes fantasmáticos, tambourilos secos ouvi, mais silvos ciciantes.

A noite já se ia densa e os sapos alardeavam encontros espectrais Tanto que furtou-se-me o sono, pois em vigília, no frigir da algazarra O medo tão só me alentava, o estar vivo na aurora, ademais.

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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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