Quando uma mulher se solta
e aos seus cabelos longos
algo acontece de se ver
de se ver, não de se tocar.
É que o mundo se acende no ato
e, luminescentemente clareia
aplacando à qualquer cizânia
quando a Penélope se penteia.
Dá-nos a vida, um fugaz momento
no vislumbrar da mulher
aos aprontos para o adormecer.
Não é o corpo, receptor de todo engano
nem a noite, suave fim da chegança
mas sim, o gesto da mulher ao toucador
um dar de mãos displicente
lânguido e lancetador
deslizando seus dedos sobre as melenas.
Este é um sublime alumbramento
que conduz à idéia de perfeição
à qual costumamos olvidar.
sábado, 27 de junho de 2009
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