A FOME DA POESIA
A Fabiano Silva
A fome da poesia
é uma fome árida
fome de areia cabralina.
É mais do que uma fome inteira;
é uma fome que é fome
e meia
seja no pino do meio-dia
ou no orvalho da lua cheia.
E esta areia é tão plena e disforme
quisplody’aguazuldeamaralina
entranha na pele do homem
mais do que
em sua alma insone.
A poesia, como esta mítica areia
vem que vem voando no vento
vem como fina maresia
e assenta na face
seca
do pescador/poeta.
Se esta aridez não lhe mata a fome
agudiza, e este
já não pode viver sem ela.
Ah! Meu caro amigo
que segue nesta sede
sem o vinho da existência
a findar.
Se a poesia é uma fome daquelas
de não saciar
comamos o que nos resta
no alguidar.
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Um comentário:
Meu caro poeta... venho te abraçar... lindo poema, e por falares em água e em areia... deixo meu último textinho, retribuindo a tua sempre grata visita em meu blog:
O mar em mim
Levo o mar dentro
levo o mar na palavra
e quando te falo
eu sei que te inundo
Concha Rousia
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