Fingir é condição recorrente e inata
E a inverdade se justifica no viver.
O poeta, como profeta da revelação
Inventa um mundo na arte, em seu verter.
E se o poeta decide então sofrer
Não mais é necessário mentir tanto
Pois capaz será da beleza ver
de reparar na vida e em seu espanto.
E se lhe angustia no coração
O paradoxo de um mais forte sentimento
Perdura-se, o poeta, no sublime e na paixão
será preciso exagerar no sofrimento.
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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004
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