terça-feira, 27 de abril de 2010
Verdejar
Caber-nos-á levar como nos apetecer
A enfiada que em si é estar no mundo.
Inventar o reboliço desde túmulo-aquem
À superfície do lago ou no lodo, no fundo.
E que te baste estar vivo para flanar.
Pouco se dá o morrer ou o sobrevir.
Não há como a bruta espera renegar.
O dia novo é também dia de véspera.
Ame, porquanto maior o dia que o desengano.
E ainda que seja o mais doce desatino, ame.
Tudo é muito pouco, nada mais do que pano
A cobrir vergonhas de um viver de indigência
Seja o menino a quem lhe façam vãs vontades
Seja nos vislumbres vãos da douta ciência.
Ricardo Reis 2010
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Um comentário:
Parabéns pelo soneto!
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