segunda-feira, 7 de junho de 2010

POÉTICA DA DOR DE AMOR

Vai a dor como que lhe assalta
Ao cabo de toda sorte, crudel malta
E renova-se, plena, excruciante
Criadora cabal do sentir sobrante.
O amor? Ah, o amor no intimo residente
Também como esta dor toda fundante
Inda que de tão casto, já se esvai
E o peito do ser, ao olvido, lance um ái.
De fato, só quem amou pode saber
O que é conhecer uma dor sem termo
Quando o ser amado não se lhe vier
Nem na noite, nem na aurora; o ermo
Caber-lhe-á como desterro em plena dor.
E o infeliz torna-se ao limbo sem amor.

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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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