quarta-feira, 3 de novembro de 2010
OLOR DE JASMIM
Ah, este mundo sem caminhos por ter
que sejam aos pés de pronto trilhar.
Vive-se em torbeliños, no afã de amar
de sonhar a luz no escuro, e por vezes, ser
a mesquinhez de negar o lume ao mundo
só para ver a chama do amor refulgesser.
Ah, musa errante; inquieta tu vais vivendo
que non se te apreende ao vôo de pleno verter.
És a dona casta do amar que eu tuve
que me é assim tirste, por inadvertido
este amor dolente de inescrutável porte.
Sofrida é esta mia dor que a ventura obriga
afeto profundo, quando, com calafrio na barriga
o jasmim de teu cabelo eu pude sentir, por sorte.
Arthur de Bastabales
Bento Gonçalves, RS, outubro de 2010
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