terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Copacabana



O bairro de Copacabana
pleno de luz diáfana
vive carregado de sua preguiça diurna
de seus pecados soturnos, da noite
com suas emoções prévias.

Ai de ti, Copacabana
que em tudo te perdoam
os devotos da tua elegia
para que disponhas, eternamente
a tua passarela de pedras portuguesas
para o cair da tarde
e te permitas às lascivas línguas
das ondas brancas do mar
que te sorvem, desfazendo-te
o contorno duro das formas
e fazendo-te entranhar mais
e mais, em nossas almas citadinas.

Ai de ti, mulher mundana
vestal senhora, caminhando nua
pela noite. Eros não te condena.
Antes comemora o teu trottoir
de malícias, e abriga-te

em colo divinal.

Não te irão, também, macular
os homens severos
pois és afinal, Copacabana
e apenas permaneces
digna e condenada

a insonada secularidade.

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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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