Não queres nada com o amor suave.
Só uma dor que acompanhe o teu desejo.
Só uma dor que acompanhe o teu desejo.
Uma dor que distorça os sentidos
Uma dor sem esperança
De um herói morto
Uma dor sem esperança
De um herói morto
Vencido.
Como um vampiro
Um anverso
Um anverso
Queres ver de novo
Na hora do beijo
De teu corpo, o irreflexo
Na hora do beijo
De teu corpo, o irreflexo
No espelho, torto.
Cobertas de cetim grená
As paredes da sala.
E não te será nítida a imagem
Perdida em tempo outro
Tomada em sonho breve.
E quando elevares do solo
A donzela leve
Cobertas de cetim grená
As paredes da sala.
E não te será nítida a imagem
Perdida em tempo outro
Tomada em sonho breve.
E quando elevares do solo
A donzela leve
Para lhe cravar os dentes
Sorver-lhe o sangue quente
Sorver-lhe o sangue quente
De antemão, entrementes
Perceberás a representação
Da sombra do que tu és
Que restará, de todo, convexa
E só revelar-te-á
A Dor de teu desconsolo
Crispada num rosto ausente.
Da sombra do que tu és
Que restará, de todo, convexa
E só revelar-te-á
A Dor de teu desconsolo
Crispada num rosto ausente.
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