segunda-feira, 4 de maio de 2009

A MULHER DO QUARTO BRANCO

Recordo quando mirava
em abandono e transe místico
teu corpo nu, puro e branco
como a beleza simples de um vôo
definitivo como a evidência da partida.

Por alguns segundos, eras a aparição
da virgem, com os pêlos à mostra
de tez tão clara, com tão intensa fugacidade
que num sopro explodias, divinal melancolia
teu orgasmo sobre a noite
reacendendo o fulgor de um pleno dia.

Como rememorar este teu corpo
lânguido e pecaminoso?
Como olvidar o teu pranto
que nos devolvia a brisa
pelas artes de uma oração
à tarde quente?

Lembro-te como um vento brando
viração, aragem
fazendo fremer de maleita santa
as imposturasde minha lasciva carne
minha alma perdida
e os objetosde teu quarto branco.

2 comentários:

Ricardo Sant'Anna Reis disse...

(transposto de outro Blog)

adorei essa poesia.
ainda estou lendo as outras e ja ja falo o que achei.

mas "quarto branco" é muito intensa.
parabéns. Bruno Pacheco

LirÓ CarneirO disse...

Nossa !
que coisa mais linda !
você nos transfere ao ambiente criado em seu poema, como na leitura de um romance..

PARABÉNS POETA !

Evoé!

Saiba que a sua visita e o seu comentario dão sentido a este espaço, que alem de divulgar poemas, quer conversar sobre a vida. Esteja em sua casa.

Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

Seguidores