terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Epílogo


Sobre o morrer, sabe o cisne
que em seu ultimo canto, volteia
ávido, ativo ou grasnando
como um ganso, incompletudes
do entendimento sobre a vida.
E assim, para nunca mais!

O que houver de ser da vida, será!
Como cisne ou como ganso,
há de morrer, sem sentir, o amor;
há de ser esganado no remanso de um lago
à debater-se um segundo. Não mais.

E tudo estará terminado
a par de todo sagrado suor
de todas as eternas juras
e do tempo que transcendia
em sintese
e que agora estará mudo.

Já não importa o silencio
fortuito e vão
e que o amor fosse imenso.
Resta anulada ave de mentiras
e todos os seus aís.

É tudo e nada no manso lago...
Fica apenas a impressão
e a lembrança
revolvendo o fundo do lodo,
- e os olhos semi-cerrados
da menina que marcava passos
e tinha sorrisos jambicos,
ao som do baião que vem
debaixo do barro do chão
da pista onde se dança.
Nada mais!

Nenhum comentário:

Evoé!

Saiba que a sua visita e o seu comentario dão sentido a este espaço, que alem de divulgar poemas, quer conversar sobre a vida. Esteja em sua casa.

Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

Seguidores