sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Um Sopro Lenitivo
Ah, fria brisa eu vos saúdo
Que vens agora do sul varrendo
Funéreos pensamentos e a borda
Plana da pátria - e seus rochedos.
Sobre o pesar da vida, resfria
Aculea febre, terra, hirto medo.
Ah, o sereno tronitroar da aurora
Sem humores carmins da canícula
É o que se anseia caiba em parcelas
E seja a paz da tempestiva certeza
Restituindo todo o feliz regozijo
Mesmo que mesura, inda que baliza.
A morte decidida, horizonte de beleza
Sopra anteparos na mata, leve brisa.
Encontre-se na sonoridade a propria vida
Na fantasia musical pitagórica e airosa.
Sopra rubro no final da plana tarde
Pois quero morrer no fogo de quem goza.
Ricardo Sant’Anna Reis
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