Vão-se três pássaros pairando em asas.
Debatem sem revez ou circunlóquio.
Grasnam forte, dedicado alarido.
Que ornitólogo lhes decifra tal colóquio?
Dominam céus em momentos; assim o fazem
Com a alegria inconsentida dos ingênuos
Que alçam vôos inda que internos em casas
Como os amores ao violão plangendo a lira.
Eis que repara na algaravia, desde o pasto, um muar
E com os olhos tristes, de soslaio os admira.
São pensamentos de liberdade a ruminar
Num idear que faz voar mesmo sem asas.
“Que pensas tu, oh burro, diga de pronto!
Revela! Ponha-te a zurrar! Quem te indaga
É um poeta da cidade tão medonho e incapaz
De idéias, um livre verso que seja a adejar”.
Dos píncaros os pássaros severos ao poeta retrucam
Com as asas voejando na imensidade do azul.
Falam: “Basta, oh vate ignaro, de dizer asneiras!
Pobre de quem precisar de idéias para voar!”
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