domingo, 30 de maio de 2010

SONETO DAS FLORES MIUDAS

Se o absinto um mar de amarguras retornar
Ou a amarilis no artifício te puzer a navegar
Quede-se feliz o coração no auspício d’alecrim
Como se a fuscia de amor ardente fulgisse em mim.

Ah, se houver primavera de anis a te adornar
E mais um céu sem quase nuvem a branquear
Ah, se jamais real promessa se houver assim
Esteja pronta à inconstância do amor, enfim.

Se da zínia, sálvia ou do tomilho se dispuser
O manjericão ou a cicuta brava na pia
Restarão só os temperos para valer o dia.

Na vida, no tempo ou no amor, as flores
Sejam pois na maior dor ou na mais doce elegia
A dália, glicínia e a cravina, só de ser são poesia.

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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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