sábado, 7 de março de 2009

O Amor e os Contrapontos




os amores são
como contrapontos
os inversos, os signos


trocados
de ausente/presente
que só se resolvem


nos interditos
ou nas permissividades
na contenção
ou na explosão
no vôo, na queda, no tempo.
o tempo de um suspiro


é o tempo da eternidade!
um só amor para contar-se
entre a plausibilidade
patética da cópula


condição prosaica
e farsesca


e a existência insistente
da poesia atemporal.
o amor como uma língua atonal
própria aos amantes.
é preciso que se saiba


que o amor não é


dimensão naturalista
não traz muita coisa de bom
nem algo que o valha


o amor é sofrimento
o amor é magia


é falta de fôlego
é exitação, fogo no rabo


enfisema pulmonar
provocado pelos


suspiros de saudade
e pela espera inquieta


incontida vaidade


de se crer amado
um pico na veia/estrada
que te faz correr moléculas
de uma alegre insânia.

Um comentário:

LirÓ CarneirO disse...

"O tempo de um suspiro é o tempo da eternidade !" POESIA ! O amor é isso mesmo ! dura o tempo preciso da vida e da morte ! que sorte viver na mesma época do GRANDE POETA ! Lindo demais !

Evoé!

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Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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