domingo, 25 de julho de 2010

LANGUIDEZ

                                                A Cláudia Gonçalves



O poeta solitário caminhava em devaneio.

Ia triste no marulhar das gentes a reparar.

Dúbio, perdidas palavras, agravavam o pensar

E não traziam o remanso da brisa do mar a meio.



O que lhe faltava? O que lhe sobrava? Qual seu momento?

Algo bem no fundo lhe dizia que o tal enternecimento

Anteciparia a ventura de saber que, desde o sul

Viria no vento minuano, a lira e o sentimento.



Amalgava-se no peito a saudade de olhos de claro mel

E de angelicais mãos que sequer se deram - e pressentidos

Havia os beijos de rubilita, no outono, - jamais sentidos.



E o poeta sonhava a musa de apego assaz tão liquido

Que lhe vinha no verso a marina brisa e um violino na distância.

A lassidão da lua e o langor d’alma a aplacar-lhe a ânsia.

Um comentário:

Fred Caju disse...

Bravo, Ricardo! Bravo!

Evoé!

Saiba que a sua visita e o seu comentario dão sentido a este espaço, que alem de divulgar poemas, quer conversar sobre a vida. Esteja em sua casa.

Ricardo Sant'Anna Reis 21.9170-9004

Ricardo Sant'Anna Reis  21.9170-9004
"rondava a rosa à poesia pelos jardins das flores tanto mais diversa a rosa quanto mais forem os amores". Sociólogo, poeta e editor, publiquei em antologias e recebi alguns premios literários. Tenho dois livros: "Diario da Imperfeita Natureza" e "Derradeiro Prelúdio" (no prelo). Pretendo aqui interagir com voce sobre poesia ou qualquer outro assunto relevante.

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